21/03/2012

JOHN PEEL ONLINE, EM MAIO 2012

John Robert Parker Ravenscrof (30 de agosto de 1939, Heswall, Inglaterra - 25 de Outubro de 2004), conhecido profissionalmente como John Peel, era um radialista, DJ, crítico musical e jornalista.
 O veterano locutor da BBC John Peel morreu aos 65 anos, durante as férias no Peru. Peel, cuja carreira se estendeu na rádio por 40 anos, estava de férias na cidade de Cuzco com sua esposa Sheila, quando sofreu um ataque cardíaco. Ele era o DJ da BBC Radio 1 mais antigo e nos últimos anos também apresentou Home Truths na Rádio 4.

O primeiro-ministro Tony Blair descreveu Peel como "uma personalidade extraordinária e única", "Ele descobriu sons diferentes e pessoas, e fez-los acessíveis e populares ... ele era um "fora", e genuino - e um ser humano caloroso e digno também." Conhecido por seu eclético gosto musical e pelo seu estilo peculiar de se apresentar nas rádios, John Peel foi muito popular e influente.

A sua contribuição para a musica moderna é incomensuravel. Foi por causa dele que eu comecei a ouvir algumas das músicas mais obscuras, e influentes. James Dean Bradfield, Manic Street Preachers. Damon Albarn dos Blur, disse " o patrocínio de John Peel foi uma das coisas mais importantes que aconteceram a nós nas nossas carreiras". "O mundo vai ser um lugar mais pobre com a sua partida repentina. Vou sentir a falta dele profundamente", acrescentou.

 Depois de ser anunciado a morte de Peel na Radio 1, a estação tocou sua música favorita, Teenage Kicks, dos Undertones . Michael Bradley, baixista dos Undertones, falou de estar em choque ao saber da morte de Peel. E disse: "Ele era um homem muito engraçado, muito quente e nós estaremos sempre gratos pelo que fez para os The Undertones. Foi um dos primeiros a tocar reggae e punk nas radios britânicas. Tornou-se um dos primeiros DJs a dar exposição ao reggae, punk e hip-hop, antes deles atravessarem para o mainstream. A sua significante influência no rock alternativo, no pop, no hip hop, no punk, pós punk e na música eletrônica britânica é inegável.

Ele era um dos locutores mais originais da Radio 1 da BBC de Londres no ano de 1967 - estabeleceu-se com o programa Top Gear á noite, sendo o único permanente até a sua morte. Também ficaram célebres as suas Peel Sessions, no qual passavam bandas tanto reconhecidas quanto desconhecidas. A colecção de discos de John Ravenscroft estará "on-line em Maio", acompanhada dos comentários de John a cada um dos álbuns ou de entrevistas aos artistas respectivos, e isso só pode ser uma óptima notícia para os melómanos mundo fora.

 John Ravenscroft nasceu em Heswall, perto de Liverpool, e depois de completar o serviço militar na Grã-Bretanha em 1962, foi para os EUA, onde começou a trabalhar para uma estação de rádio em Dallas, onde conheceu brevemente (dois minutos, três?) John Fitzgerald Kennedy, então em campanha eleitoral. John Ravencroft foi o radialista inglês que várias pequenas comunidades americanas adoraram pelo sotaque e por ser considerado, pelo nascimento próximo de Liverpool (não era necessário mais), um especialista em tudo o que aos Beatles dissesse respeito.

John Peel, que foi o nome que John Ravenscroft adoptou no regresso a Inglaterra, aos microfones da pirata Radio London, emitida desde um navio ao largo da costa britânica, tornou-se o mais famoso e influente radialista rock (e não só) das últimas cinco décadas. De 1967, quando se juntou à BBC, até à data da sua morte, de ataque cardíaco, em 2004, divulgou com a paixão, a generosidade e a humildade dos grandes Syd Barrett, Marc Bolan ou David Bowie, Undertones, The Fall ou Joy Division, Beck, White Stripes ou Black Keys. A sua maior riqueza, além de um poster de Bill Shankly, treinador do Liverpool, a equipa de futebol que apoiava fanaticamente, era, naturalmente, a sua colecção de discos.

Agora, o projecto The Space, associado ao John Peel Centre, pretende que o incansável divulgador musical prossiga o seu trabalho. A partir de Maio estarão disponíveis em www.thespace.org cem álbuns da colecção de Peel - por semana. Mais: as Peel Sessions associadas, registadas para a BBC, e os textos em que o próprio Peel explicava as suas escolhas.

A colecção contabiliza 25 mil álbuns em vinil, os primeiros a serem disponibilizados (desde que seja possível chegar a acordo com os detentores dos direitos autorais). Seguir-se-ão, depois desse trabalho mastodôntico, os singles em vinil (40 mil) e, possivelmente os CD, ainda não contabilizados. "Estamos a tentar criar um museu interactivo on-line que responda à questão ‘o que está na colecção do John Peel?', mas que também ofereça ao público a sua visualização", disse à BBC Tom Barker, director do John Peel Centre.

"Este é o primeiro passo no caminho da disponibilização total de um dos mais importantes arquivos da música moderna", exagerou. Interessa a música a ouvir, claro. Tanto quanto o John Peel que nela se espelha. Banda preferida: The Fall. Canção favorita: Teenage kicks, dos Undertones.

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