29/02/2012

R.I.P DAVY JONES

Morreu o menino rebelde dos "The Monkees".

Com os seus cabelos ao estilo da época e pronúncia britânica, fez furor nos anos sessenta na sitcom musical "The Monkees".

Davy Jones, vocalista dos Monkees, um dos mais famosos (e mais odiados grupos) da década de 1960, que se celebrizou nos anos 60, faleceu hoje, 29 de fevereiro, aos 66 anos.

Segundo o site da Rolling Stone, o cantor, que nasceu em Manchester, ter-se-á queixado de dores no peito ontem à noite, dando entrada no hospital esta manhã.

Ainda por confirmar, a causa da morte de Davy Jones, que este mês realizara uma digressão a solo, terá sido um ataque cardíaco.

Davy Jones ingressou nos Monkees - conhecidos por sucessos como "I'm a Believer" ou "Daydream Believer" - em 1965.

A banda separou-se em 1971, mas viria a reunir-se várias vezes ao longo das décadas.

Nascido em Inglaterra, chegou ao sucesso nos Estados Unidos, lado a lado com três músicos que se tornaram uma banda no preciso momento em foram apresentados.

O grupo nasceu enquanto projecto televisivo inspirado por “Hard Day’s Night”, o primeiro filme dos Beatles, e, apesar do sucesso imediato a partir do momento em que a série estreou na televisão americana, em 1966, e dos elogios que os próprios Beatles lhes dirigiram, sempre foram olhados pela crítica e pelo público mais exigente como uma criação da indústria, como a primeira boys band da história.

Davy Jones, que morreu nesta quarta-feira de ataque cardíaco em Martin County, na Florida, aos 66 anos, sabia que a história era substancialmente diferente. Sendo certo que os Monkees nasceram de uma audição que privilegiava a aparência e a presença perante as câmaras sobre o talento musical, a sua carreira provaria que não estavam talhados para o mero papel de fantoches.

Obrigados a um regime de gravações semanal de doze horas diárias, Davy Jones, Micky Dolenz, Peter Tork e Michael Nesmith eram geridos por uma equipa de produtores que os impediam de contribuir com composições próprias e de tocar os seus próprios instrumentos em estúdio. Tal levava a situações caricatas. Davy Jones, por exemplo, era o melhor baterista dos quatro, mas a sua baixa estatura impediu que fosse aproveitado para a função – dado que, se tal acontecesse, mal se veria nos concertos e nas filmagens –, acabando por assumir no ecrã a posição de guitarrista e vocalista principal.

Entre 1966 e 1967, gravariam quatro álbuns e tornar-se-iam um fenómeno mundial. O imenso sucesso permitiu-lhes, por sua vez, começar a exigir mais independência perante produtores e editora. “Pisces & Aquarius, Capricorn & Jones, Ltd”, o álbum com que encerraram 1967, incluía já algumas canções de Nesmith e os membros da banda começavam finalmente a tocar guitarra, baixo e bateria em estúdio.

A música dos Monkees, que tanto se aproximava da luminosidade pop dos Beatles quanto se mostrava mais próxima da urgência do garage rock, não só estava em perfeita sintonia com o seu tempo como, tal como foi sendo reconhecido com a passagem dos anos, revelava um talento destinado à intemporalidade.

A banda acabaria com um derradeiro acto de rebeldia. A série televisiva terminara em 1968 e o passo seguinte foi “Head”. Hoje um clássico de culto da cinematografia psicadélica, foi o filme em que os Monkees pretenderam destruir definitivamente a sua imagem de fantoche da indústria. Teve Jack Nicholson como co-produtor e co-argumentista e, estreado em 1968, foi um flop monumental. O público-alvo dos Monkees não estava preparado para o humor surreal e para os delírios psicadélicos da obra, o público das margens não estava interessado num produto assinado por eles.

Dois anos depois, a banda terminaria por fim, reconhecendo que nada mais os unia além da música que faziam – as suas personalidades sempre chocaram. Reunião após reunião, o padrão manteve-se.

Na Primavera de 2011, escreve-se no sítio da cadeia televisiva americana ABC, os Monkees fizeram uma digressão pelos Estados Unidos e pelo Reino Unido. Estava previsto que continuasse no Outono. Tal como em ocasiões anteriores, foi cancelada sem quaisquer explicações.

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