Os Dexys Midnight Runners distinguiram-se nos anos 80 pela fusão alegre entre folk e rock, pelos concertos enérgicos e pelo carisma do vocalista Kevin Rowland. Durante a sua primeira vida (de 1978 a 1986), a banda chegou a marcar presença em palcos nacionais, nomeadamente no Pavilhão Dramático de Cascais e numa edição da Festa do Avante! ocorrida na Ajuda, em Lisboa.
Há muito que se falava de um álbum e no regresso dos Dexys Midnight Runners, mas só agora surge a sua efectivação. É mais uma das notícias esperadas de 2012 sobre o regresso ao activo de bandas, é o retorno da histórica formação.
Agora os Dexys Midnight Runners vão regressar com um novo álbum de originais e uma digressão ao vivo.
A formação britânica que em 2010 reeditou o seu album de estreia "Searching for the Young Soul Rebels", comemorando o seu 30º aniversario, retorna com a continuação de "Don´t Stand Me Down" (1985). É o primeiro álbum dos autores de 'Come on Eileen' e tem edição marcada para o dia 4 de Junho. Em 2009, a canção Come On Eileen rendeu á banda a 1a posição na lista "Top 100 One Hit Wonder Of The 80′s (100 melhores bandas de um hit só dos anos 80)" do canal VH1.
Dexys Midnight Runners são uma banda formada no início dos anos 80, cuja principal figura é o vocalista Kevin Rowland.
O grupo lançou três albuns e em cada um deles apresentava uma formação diferente, mantendo apenas o trombonista além do vocalista fundador (a dupla também era responsável pela co-autoria da maioria das canções). O termo “Dexys” é uma abreviatura da substância dexedrina. Uma substância da família das anfetaminas (Dexedrine) bastante popular nos contextos festivos da Soul de Birmingham, terra natal do grupo.
Influenciados por, Aretha Franklin e Otis Redding, entre outros, os Dexys viram o hit Geno (em homenagem ao soulman Geno Washington) chegar aos tops. Brigas e discussões, aliadas á personalidade altamente controladora, autoritária e temperamental de Kevin, levaram à dissolução da primeira formação. O visual dos jovens da classe operária - idéia tirada do filme Mean Streets de Martin Scorsese, deu lugar a um figurino cigano de macacões e boinas.
Com a adição de um duo de violinos e banjo, o álbum Too-rye-eye conquistou o mundo com o sucesso Come On Eileen. A influência, desta vez, era Van Morrison.
O tema conta-nos a estória de uma rapariga que cresceu lado a lado com Rowland. Da amizade pura de infância, a relação entre Eileen e Rowland rapidamente resvalou para o desejo amoroso, assim que o turbilhão hormonal da adolescência dificilmente pôde ser contido.
A ténue barreira entre o amor, o genuíno e límpido sentimento de outrora e a descoberta da lascívia, o desejo do corpo inquieto e insatisfeito torturam a alma de Rowland…”with you in that dress my thoughts I confess verge on dirty”. Eileen, a menina que cresceu, que se torna mulher é objecto dos desmesurados anseios carnais e das veementes súplicas do seu amado - “that pretty red dress Eileen (Tell him yes) / Ah come on let's, ah come on Eileen, please”.
A par da busca pela consumação do amor, Rowland brinda-nos com uma enigmática sequência sonora - “Toora Loora Toora Loo-Rye-Aye” – certamente tributária das suas raízes irlandesas e da folk tradicional, que imprime a singularidade e dinâmica da canção.
Don’t stand me down, o último álbum nos anos 80, trazia canções longas e mais sofisticadas.
Após o disco, a dissolução da formação, Kevin enfrentou problemas com drogas e foi à bancarrota. Tentou uma carreira a solo, lançando dois discos, ambos fracasso de público e crítica. O segundo, diz a lenda, vendeu menos de 500 cópias.
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