Apresento-vos Karen Finley que tive o privilégio de a ver há uns anos.
Performer, artista de spoken word, escritora e activista da emancipação feminina em toda a sua integridade, incluindo a sexual.
Em muitas ocasiões, Karen tem desenvolvido o seu trabalho em colaboração com músicos. Aconteceu, por exemplo, quando gravou «Think of Me When You’re Fucking Her», com música do excêntrico compositor eletroacústico Jerry Hunt.
Também é conhecida como uma aguerrida militante da liberdade de expressão na arte.
Em tempos contemplada com apoios financeiros do Estado federal americano, estes foram-lhe retirados depois de uma campanha contra ela movida pelo senador republicano Jesse Helms, que lhe censurava as intervenções artísticas «obscenas».
Nos seus monólogos dramáticos, Karen Finley veste a personagem de uma mulher histérica, com uma voz entre o esganiçado e o grave e um comportamento sexista
Vi-a num festival dedicado à palavra que teve lugar no Porto, em finais da década de 1990, onde apresentou uma performance que envolveu chocolate.
Karen despiu-se e começou por se cobrir com chocolate e convidou o público a subir ao palco para a lamber. Com alguma renitência poucas pessoas acederam ao convite- algumas foram mulheres.
Mesmo estas foram bem acanhadas, limitando-se a passar as línguas pelos seus braços e ombros.
Depois, Karen Finley aproximou-se do microfone e devastou as cabeças de quem a tinha e não tinha lambido, com aquela voz que nos vibra no mais fundo da consciência. Ainda oferecer uma nota de mil a um espectador para a lamber, se calhar em partes mais intimas.
FOI UM ESPECTACULO INESQUECIVEL PARA MIM. NAQUELA ALTURA VER DE SURPRESA UMA PERFORMANCE ASSIM FOI INCRIVEL, E NÃO MAIS REPETIVEL.
Há um vídeo, que em vez de chocolate Karen utiliza leite que tirara de si mesma com uma bomba. A performance gravada realizou-se pouco tempo depois de ser mãe.
1 comentário:
Imagino, deve ter sido uma perfomance e pêras, gosto imenso e tanto que se dançava ao som dela nos anos 90.
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