21/05/2011

O FMI E O JOGO DUPLO

O REVERSO DA MEDALHA....... O DUPLO FINANCIAMENTO..... 
O Fundo Monetário Internacional é um local agressivo governado por economistas armados em machos alfa. Os dias são longos e os funcionários são, regularmente, obrigados a passar semanas na companhia uns dos outros em "missões" no estrangeiro. É um clima propício ao romance - e por vezes transpõe-se a linha.

Algumas mulheres evitam usar saias com medo de atrair atenções indesejadas. Outras sussurram dicas sobre chefes abertamente atrevidos. Uma inspecção interna de 2008 encontrou poucas restrições na conduta dos gestores de topo, concluindo que "a ausência de escândalos éticos públicos parece ser mais consequência da sorte que de bom planeamento e acção".

É esta a vida no FMI, financiador de último recurso para governos que precisam de dinheiro e, sob a liderança de Dominique Strauss-Kahn, uma força emergente na regulação da economia global. Porém, com a detenção de Strauss-Kahn no início desta semana, a cultura da instituição passou a estar no centro das atenções. Foram revividas questões acerca de um episódio de 2008 em que o FMI decidiu que Strauss-Kahn não tinha violado quaisquer regras ao dormir com uma funcionária da instituição.

O que pode ter atraído ainda mais atenção para a cultura do FMI foi a revelação de um caso amoroso que envolveu um potencial sucessor de Strauss-Kahn, que se demitiu do cargo de director-executivo na quarta-feira. O turco Kemal Dervis manteve uma ligação, quando trabalhava no Banco Mundial, com uma mulher que trabalha agora no FMI, segundo uma pessoa com conhecimento directo da relação.

Entrevistas e documentos pintam o retrato do Fundo como uma instituição com normas sexuais e costumes marcadamente diferentes dos de Washington, que deixam as funcionárias vulneráveis ao assédio. As leis dos EUA não se aplicam no seu interior e, até ao início deste mês, as regras internas do FMI continham um artigo invulgar que alguns peritos e antigos responsáveis dizem ter encorajado os gestores a perseguir as mulheres que trabalham para eles: "As relações íntimas e pessoais entre supervisores e subordinados não constituem, por si próprias, assédio."

"É uma espécie de ''Piratas das Caraíbas''. As regras são mais linhas de orientação", afirma Carmen M. Reinhart, uma preeminente economista que trabalhou no FMI como directora-adjunta de investigação de 2001 a 2003. "Isso prepara o campo, acho eu, para que se corram mais riscos."

Em 2007, os responsáveis do fundo recusaram investigar uma queixa feita por uma assistente administrativa que dormira com o supervisor, acusando-o de lhe dar avaliações de desempenho negativas para a pressionar a continuar a relação. Os responsáveis disseram à mulher que o supervisor estava a pensar reformar-se, pelo que não valia a pena investigar as acusações, isto segundo o tribunal interno do FMI. O responsável, que não é nomeado nos registos, disse aos investigadores que tivera ainda uma relação sexual com uma segunda funcionária e que não achava ter actuado de maneira imprópria.

Num outro caso, uma jovem que já não trabalha no FMI disse que, em 2009, um responsável do seu departamento começou a enviar-lhe emails explícitos para forçar uma relação. Ela queixou-se ao seu chefe, que nada fez. "Disseram que iam levar o caso a sério, mas dois minutos depois viraram costas e agiram como se tudo estivesse bem com a pessoa que me assediara", afirma a mulher, que falou sob anonimato porque ainda trabalha na comunidade financeira internacional. "Ele não foi punido. Nem nada que se pareça."

O FMI, criado em 1945, tem 2400 funcionários que avaliam a saúde económica dos países em dois edifícios enormes em Washington e em viagens regulares ao estrangeiro. Quando os países pedem dinheiro emprestado ao Fundo devem, normalmente, concordar com a adopção de reformas económicas e são enviados funcionários para acompanhar o progresso.

"O que fazemos quando tivermos de ir ao escritório de Strauss-Kahn?".
"Sentamo-nos ali e pensamos: ''Será que ele me está a avaliar como um potencial objecto sexual?''"

1 comentário:

Luis Baptista disse...

A solução é simples, não pagar a emos e agiotas.
Resolvia-se e hà que ter coragem.
O que virá a seguir, não será pior do que já está.

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