Os anos 60 foram um período de intensas agitações políticas e culturais nos Estados Unidos – e que, por extensão em outras partes do mundo. Já no início daquela década, o país viveu a Guerra Fria contra a União Soviética. Um dos seus momentos mais tensos desta disputa se deu com a crise dos mísseis em Cuba, em 1962, por muito pouco as duas superpotências não iniciaram uma guerra nuclear. Em 1964, sob o comando do presidente Lyndon Johnson, os EUA entraram oficialmente na Guerra do Vietnam. Um ano antes, a 22 de Novembro de 1963, o presidente John F. Kennedy fora assassinado quando desfilava em carro aberto pelas ruas de Dallas. Cinco anos depois, o irmão dele, o senador Robert Kennedy, também seria vítima de outro assassinato até hoje polêmico e mal-explicado.
Além desses fatos, outras turbulências, talvez ainda mais marcantes, ocorriam dentro do território norte-americano naquele momento. Começou a haver maior visibilidade da luta das mulheres pelos seus direitos, a inserção plena no mercado de trabalho e, também, mais avanços em sua liberdade sexual. Essa busca ganhou impulso com a invenção da pílula anticoncepcional, criada nos anos 1950. Da mesma forma, as lutas pelos direitos civis dos negros ganharam grande vulto, principalmente pelas acções dos Panteras Negras e de Martin Luther King, assassinado em 1968. No ano seguinte, o movimento dos homossexuais pelo fim do preconceito, principalmente após a Batalha de Stonewall.
Já nas universidades, pesquisas e experiências com LSD (que nos primeiros anos da década não era ainda considerado droga) ampliaram os horizontes sensoriais de muitos jovens. Mesmo proibido a partir de 1966, o LSD já havia ganhado as ruas e era consumido em grande escala – não apenas por estudantes, mas também por artistas, intelectuais, profissionais liberais, entre outros, ou por simples viciados em drogas.
Em paralelo ao pensamento filosófico, também aconteceu a segunda “explosão” do rock, que após quase ter desaparecido no final da década de 1950,(Elvis Presley, chocou os Estados Unidos, e já era algo extremamente conservador para os agitados anos 1960)ressurgiu como um fenômeno cultural e social ainda maior. Os principais novos expoentes apresentaram idéias, letras e sons muitos mais radicais- Bob Dylan, Jefferson Airplane, Doors, Velvet Underground, Jimi Hendrix e Janis Joplin...
Quinhentas mil pessoas (mesmo nos festivais de rock de hoje) em 1969 é muita gente, já passaram 40 anos desde que nos dias 15, 16 e 17 de Agosto, Jimi Hendrix, Janis Joplin, Jefferson Airplane, The Who, Joe Cocker, Santana e outros fizeram, ao lado de hippies, o concerto mais famoso de todos os tempos.
Coincidentemente, naqueles mesmos dias chegava às telas dos cinemas o filme Easy Rider – Sem Destino, que apresentava a viagem de dois hippies cruzando os Estados Unidos com as suas motas em busca do sonho americano.
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