Baptizado William Charlie Hamper (também há em alguns lugares a citação de Steven John Hamper), Billy Childish nasceu em 1 de dezembro de 1959 em Chatham, Kent, uma cidade naval caindo aos pedaços perto do Rio Medway, ao Sudeste de Londres. O seu apelido foi dado por um amigo, "Button-nose Steve" (algo como "Steve nariz-de-batata") na época em que editava um fanzine punk. Tornou-se uma figura "cult" nos EUA, Europa e Japão por ser considerado um dos artistas que mais produziram obras na sua geração, que incluem (pelo registo até o momento) cerca de duas mil pinturas, desenhos e gravuras, 30 colecções de poesia, 4 romances e uma série de bandas, estimando-se no total perto de 100 LPs gravados.
O pai era um artista comercial com pretensões de grandiosidade, filho de um mercador. Emocionalmente instável e gastador, ele abandonou a família quando Childish tinha apenas 6 anos, mas retornava periodicamente à casa em que eles moravam, bêbado.
Essa figura do pai acompanhou Childish pela vida inteira. Outra figura marcante na história dele foi o amigo da família que abusou sexualmente dele quando ele tinha 9 anos, durante as férias em Seasalter, facto que frequentemente é lembrado como a raiz de sentimentos de culpa, vergonha, confusão sobre a própria sexualidade e uma das causas de seu posterior alcoolismo (de facto, apenas há alguns anos o tema começou a ser abordado através de sua poesia e música, inclusive com um disco chamado "Paedophile", cuja capa seria uma foto antiga do "amigo" em questão).
Abandonou o ensino secundário aos 16 anos, por odiar aquilo, por ser freqüentemente maltratado por colegas e chamado de incapaz pelos professores (anos mais tarde, foi diagnosticado disléxico). Então, tentou matricular-se na escola de artes local, mas foi recusado, e acabou arranjando emprego como aprendiz de pedreiro nas docas de Chatham. Ficou lá por menos de um ano, e durante esse tempo trabalhou em alguns (uns 600) desenhos que chamou de "the tea huts of hell" ("barracas de chá do inferno"). Com eles, conseguiu ser aceito na Escola de Artes de Medway, e depois na de Saint Martin, em Londres. De lá, foi expulso por faltas e por discutir com os professores. Durante todo esse período (e por mais ou menos 12 anos a partir daí) viveu principalmente de seguro-desemprego.
Enquadrou-se na cena do punk rock em 1977, imprimindo fanzines de cópia única, alguns com poesia e letras de músicas, e formou a primeira de uma série de bandas, The Pop Rivets ("The Pop Rivits"), como vocalista (já que não sabia tocar nada), junto com outros fãs de blues e rock'n'roll da década de 50. Em 1978, os fanzines passaram a ser impressos como coleções de poesia, e em 1979 Billy começou a trabalhar com Sexton Ming numa banda chamada Major Dog and the Gissyoms e na gráfica Phyroid. Em 1980, os Pop Rivets se separaram.
Desde então, Childish tocou com várias bandas, incluindo Thee Milkshakes, Thee Mighty Caesars e Thee Headcoats, mas nunca se distanciou muito da linha que havia seguido com os Pop Rivets: apontado como o padrinho do rock'n'roll Lo-Fi,
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