30 anos depois dos primeiros concertos dos Pink Floyd com o duplo disco, o antigo baixista dos Pink Floyd, regressa à estrada.
A partir do próximo mês de Setembro em Toronto,(a primeira de 36 datas pelo Canadá e Estados Unidos) numa digressão que deverá chegar à Europa apenas em 2011, o músico inglês vai recuperar o disco de 1979, à época apresentado ao vivo pelos Pink Floyd com um espectáculo conceptual que ficou para a história como um dos mais marcantes da música rock.
Roger Waters, não precisará dos seus ex-companheiros para cruzar o mundo com aquela, que ainda é a sua mais idolatrada criação. A desculpa para esse "comeback special", é segundo Waters, desta vez poderá levar para a estrada todo o aparato tecnológico (luz & som) que seu disco sempre mereceu - e nunca teve- tratando-se de apresentações ao vivo.
De acordo com a Rolling Stone, Roger Waters quer oferecer aos espectadores uma versão actualizada para o século XXI do álbum The Wall. O tema do álbum, autobiográfico, desenvolve-se em torno de uma estrela rock que não consegue ultrapassar os traumas de infância e mergulha num isolamento, o "muro" que é derrubado simbolicamente no fim do disco.
Na digressão dos Pink Floyd que promoveu "The Wall", os espectáculos seguiam uma coreografia cénica em que um enorme muro era erguido entre a banda e os espectadores, até ao seu desmoronamento no final dos concertos.
Em 1982, o realizador Alan Parker fez uma versão filmada do álbum, com sequências de animação idealizadas pelo cartoonista Gerald Scarfe, recuperadas do espectáculo de palco da banda.
Em 1990, já sem os Pink Floyd, Roger Waters voltou a encenar o espectáculo em Berlim, com uma série de convidados que incluía Sinead O´Connor, Van Morrison e Bryan Adams.
O disco, que deu origem a êxitos como "Another Brick in The Wall pt.II" "Mother" ou "Comfortably Numb", tem várias referências autobiográficas de Roger Waters, nomeadamente a morte do seu pai, que nunca chegou a conhecer, na II Guerra Mundial.
Em questão de números, mesmo sem nenhum trabalho editado, The Wall desde a sua edição, já foi 23 vezes disco de platina e figura há muitos anos na lista dos álbuns mais vendidos de sempre.
Em Agosto de 2009 as Nações Unidas foram palco da première de “Walled Horizons”, documentário que tem 15 minutos de duração e começa com uma imagem de Waters, andando perto do muro acompanhado pela sombra gigante projectada na parede. A curta-metragem narrada por Roger Waters, fala do sofrimento dos palestinianos causados pela “barreira de segurança” que Israel ergueu para evitar a entrada de terroristas vindos da Cisjordânia.
“A razão para haver muros é sempre o medo, sejam os muros pessoais, sejam muros como este, que governos amedrontados constroem ao redor deles mesmos”, diz Waters
“enche-me de horror, o pensamento de viver numa prisão gigantesca como esta”, declara Waters, enquanto pinta o muro com os dizeres " We don’t need no thought control" verso da célebre “Another Brick in The Wall”.
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