A internet é hoje em dia o reflexo daquilo que somos para o bem e para o mal. Eu criei este blogue com o objectivo de falar sobre a cultura pop - musica, cinema, livros, fotografia, dança... porque gosto de partilhar a minha paixão, o meu conhecimento a todos. O meu amor pela música é intenso, bem como a minha curiosidade pelo novo. Como não sou um expert em nada, sei um pouco de tudo, e um pouco de nada, o gosto ultrapassa as minhas dificuldades. Todos morremos sem saber para que nascemos.
05/12/2009
CASCAIS JAZZ - SÉCULO XXI
São muitas as memórias do Cascais Jazz, o festival que, de 1971 a 1988, trouxe até Portugal alguns dos maiores nomes do jazz mundial.Em 1971, João Braga e Luís Villas-Boas ( o "pai do jazz em Portugal") conseguiram iludir a censura e realizar finalmente o sonho de organizar um grande festival de jazz. Com um cartaz de luxo, que faz ainda hoje qualquer fã desejar ter nascido umas décadas mais cedo, só para poder ver, no mesmo palco, lendas como Ornette Coleman, Miles Davis, Dizzy Gillespie ou Thelonious Monk.
O Cascais Jazz representou uma verdadeira pedrada no charco no marasmo cultural e social do regime de então. "Foi uma coisa de loucos. O Pavilhão do Drámatico não tinha as mínimas condições. O chão era de terra ( passado dez anos, 1981 já não o era quando fui ver os The Clash) e a instalação eléctrica foi colocada de borla, quase na véspera, pela empresa do engenheiro Azevedo e Silva, para quem eu trabalhava na altura. Se não fosse ele não teria havido festival", recorda com humor o produtor de concertos de jazz Duarte Mendonça, 78 anos, co-organizador do Cascais Jazz a partir de 1974 e agora responsável pelo seu ressurgimento em versão século XXI.
Mais de duas décadas depois, o Cascais Jazz está de regresso. O festival foi recuperado este ano pela mão do programador Duarte Mendonça, responsável também pelo Estoril Jazz. Nos dias 4, 5 e 6 de Dezembro, presta-se homenagem à memória do seu criador, Luís Villas-Boas.
Do cartaz deste ano destacam-se os regressos do saxofonista Lee Konitz, de 82 anos, que actuará na abertura do festival, tendo como convidado o guitarrista português André Fernandes. O trompetista Jack Walrath, que tocou em Cascais com Charles Mingus, é o convidado do concerto do contrabaixista Zé Eduardo, no sábado. No mesmo dia, o jazz contemporâneo ficará por conta das cantoras Dena DeRose e Ingrid Jensen.
O Cascais Jazz 2009 terminará com um ensemble de notáveis do jazz, no projecto Cascais Jazz Legends, que integra para a ocasião Phill Woods (saxofone), Lew Soloff (trompete), Cedar Walton (piano), Rufus Reid (baixo) e Jimmy Cobb (bateria), músico que participou há 50 anos na gravação do álbum “Kind of blue”, de Miles Davis.
Em complemento aos concertos, no Centro de Congressos do Estoril estará patente uma exposição com todos os programas oficiais do Cascais Jazz entre 1971 e 1988, que revelam os artistas que passaram pelo Dramático de Cascais. Está prevista ainda a projecção de filmes e vídeos realizados nesses anos do festival.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário