A internet é hoje em dia o reflexo daquilo que somos para o bem e para o mal. Eu criei este blogue com o objectivo de falar sobre a cultura pop - musica, cinema, livros, fotografia, dança... porque gosto de partilhar a minha paixão, o meu conhecimento a todos. O meu amor pela música é intenso, bem como a minha curiosidade pelo novo. Como não sou um expert em nada, sei um pouco de tudo, e um pouco de nada, o gosto ultrapassa as minhas dificuldades. Todos morremos sem saber para que nascemos.
07/12/2009
LOOP
Depois do regresso este ano dos My Bloody Valentine e Swervedriver, os Loop ainda continuam a ser injustamente esquecidos pela maioria do apreciadores de rock experimental com um toque bluesy.
Discordantes e hipnóticos, os Loop conjurou uma dark, trance contrastando com as tendências predominantes da música pop britânica do seu tempo. Partes iguais de Stooges, Can e Hawkwind, em conjunto com outros viajantes Spacemen 3, eles ressuscitaram o conceito de space-rock para uma nova era.
Blues, garage, drone, rock através de gemidos das guitarras, embebidas em fuzz, distorção, feedback, wah-wah, amplificadores, fascinada pelos aspectos violentos usados no cinema ou na música, os Loop redefiniram o ruído espacial, juntamente com bandas como Spacemen 3, The Jesus and Mary Chain e My Bloody Valentine.
A banda Londrina formou-se em 1986, o seu mentor vocalista/guitarrista Robert Hampson,(na época da criação do grupo afirmou conhecer apenas quatro cordas), juntou a sua esposa Bex (bateria, substituída em 87 por John Wills) e Glen Ray (baixo, substituído em 88 por Neil McKay) estrearam o single "16 Dreams".
Hampson, numa entrevista ao NME, afirmou que apesar de ser fã dos Sonic Youth e dos Einstürzende Neubauten, quem mais lhe inspirou a formar uma banda foi os Birthday Party : “I thought: if they can do it, i'm sure I can”.
O trio com o novo baterista John Wills e novo baixista Neil MacKay, debutam em 1987 o album Heavens End, na Mute - dedicado a Arthur Lee (Love) e Stanley Kubrick, deixam evidente o gosto por atmosferas densas, drone guitars e distorção, ressuscitando o lado mais visceral da década de 60, via Stooges e MC5.
Por essa época chegaram a recriar um clássico dos Suicide, “Rocket Usa”, numa ácida visão pessoal. Inclusive, a imprensa costumava associar o som da banda e a rotina do grupo ao uso de ácidos. Hampton em entrevistas, chegou a brincar com a situação: “A primeira coisa que as pessoas sempre nos perguntam é se tomamos ácido. E a resposta é: não todos os dias”. Sobre a música da banda, o vocalista declarou que a ideia era “transportar as pessoas para um outro mundo”.
Antes do lançamento do segundo álbum sai, a contragosto da banda, a compilação “The world in you eyes”,uma colectânea de singles e lados-B. O excelente “Fade Out” (1989) editado pela Rough Trade, inclui covers dos the Pop Group e Can, mantém o mesmo ritmo do seu antecessor, mas com uma produção mais elaborada.
Ostentando agora uma nova label Situation Two, mas também um segundo guitarrista, Scott Dowson, e depois de emitir o seu terceiro LP, Gilded Eternity, na Beggars Banquet, em 1990 (ano que os vi ao vivo em Reading, Setembro) os Loop dissolveram-se após uma tourné pelo Reino Unido; uma série de lançamentos póstumos, entre eles o duplo ao vivo e Peel Sessions “Wolf Flow”.
Com o fim dos Loop, os seus quatro membros, distribuíram-se por outras bandas: Hampson e Scott formaram os experimentais Main, enquanto McKay e John Wills criaram os “Hair And Skin Trading Company”. Contemporâneos dos Thee Hypnotics, Telescopes (também já os vi ao vivo-Inglaterra)Ulan Bator, Red Lorry Yellow Lorry, deixaram seguidores como os Mogwai, A Place to Bury Strangerse, Ride, Slowdive e Darker My Love.
“We're influenced visually, in terms of our live show, and musically by psychedelia because we're big fans of it. But we try and mix it in with the rawness of The Stooges and The MC5, and even latter day bands like Suicide and The Pop Group.” (Robert Hampson em entrevista ao NME)
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