05/12/2009

B. FACHADA + SAMUEL ÚRIA

2009 pode bem ficar como o ano de B. Bernardo;fachada. Bernardo Fachada diz que não é herdeiro da tradição portuguesa do folclore, mas descobriu já a sua própria tradição: "perguntei ao sangue a minha tradição / e o sangue respondeu-me esta canção". Poderá não corresponder exactamente aquilo que se esperava de uma coisa chamada "tradição", trata-se simplesmente de uma folk urbana. Bernardo Fachada surgiu na Merzbau com o EP Até Toboso.Com a edição de Mini CD –produzido por Walter Benjamin e Sings the Lusitanian Blues (ambos 2008, Merzbau)e Viola Braguesa, (FlorCaveira, Merzbau, 2008), foram já publicadas algumas canções que revelavam alguma consistencia. A confirmação chegou com o homónimo B Fachada editado recentemente. Outro album que marca o ano na musica Portuguesa, e por tudo o que Samuel Uria foi lançando ao longo dos anos em edições obscuras de CD-Rs, compilações, e por videos ao vivo no You Tube, o disco de estreia intitulado Nem Lhe Tocava, era uma das edições mais aguardadas de 2009. Se António Variações fundia Braga e Nova Iorque, Samuel atravessa Dylan e Paião, Vitorino e Waits. Chamava-se O Caminho Ferroviário Estreito, era o primeiro disco em 2003 da FlorCaveira sem Tiago Cavaco (nome de baptismo de Guillul). Reunia 15 canções gravadas pelo baptista Samuel Úria, e passaria despercebido das atenções durante cinco anos. Até que em 2008 um público mais vasto o descobriu e tornou-se um objecto de culto. Hoje está esgotado, como o EP Em Bruto. Agora, o cantor lança Nem Lhe Tocava, um primeiro disco "sério", em parceria com a Valentim de Carvalho. O cantautor refere que para 2010 "Devo editar o disco que gravei no 10 de Junho já em Fevereiro" referindo-se ao álbum que compôs e gravou em directo para a Internet há uns meses. Será um CD-R e só será vendido em concertos e no site da FlorCaveira. Para além disso, o seu futuro é uma incógnita. "Chegámos a um certo patamar sem saber como lá fomos parar. Não sei o que vai acontecer no futuro, podemos ser surpreendidos e podemos não o ser. Não sei...". A FlorCaveira surgiu no final do Século passado com o desejo de fazer discos. Existem 14. Pertencem a um grupo de artistas tão diminuto talentosos e amigos uns dos outros. A saber: - Tiago Guillul - Guel, Guillul & o Comboio Fantasma (2000-2003) - B Fachada (aquisição de 2008) - Borboletas Borbulhas - Jerusalém - João Coração (aquisição de 2008) - Os Lacraus - Manuel Fúria (artista gravado pela FC mas que pertence ao catálogo da Amor-Fúria) - Os Ninivitas - Os Pontos Negros - Samuel Úria - Samuel Úria & as Velhas Glórias. A FlorCaveira não precisa de mais artistas. Estes chegam. As suas edições são de 500 exemplares, mil no máximo. Para as adquirirem ou se tornam amigos dos artistas, ou assistem a um concerto ou escrevem um e-mail para florcaveira@gmail.com. Os artistas da FlorCaveira são cristãos sérios. Promovem activa e intermitentemente mensagens religiosas com fins proselitistas (actualização de 2008: o catálogo compreende agora também 2 católicos e 1 pagão).

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