A internet é hoje em dia o reflexo daquilo que somos para o bem e para o mal. Eu criei este blogue com o objectivo de falar sobre a cultura pop - musica, cinema, livros, fotografia, dança... porque gosto de partilhar a minha paixão, o meu conhecimento a todos. O meu amor pela música é intenso, bem como a minha curiosidade pelo novo. Como não sou um expert em nada, sei um pouco de tudo, e um pouco de nada, o gosto ultrapassa as minhas dificuldades. Todos morremos sem saber para que nascemos.
10/10/2009
William Somerset Maugham
Poucos escritores do século XX foram tão grandiosos, talentosos e admirados como William Somerset Maugham (1874–1965). Inglês,nascido em Paris, na França, em 1874, enquanto o seu pai trabalhava como conselheiro da Embaixada Britânica. De origem abastada, Maugham tornaria-se famoso por romances como Servidão Humana e O Fio da Navalha. Mas a vida foi dura para o jovem William, que ficou órfão aos 11 anos e foi obrigado a se mudar para a casa de parentes em Whistable, Inglaterra. Nessa época o jovem William falava somente francês e sofria de uma gagueira, um de seus traços mais perceptíveis originado de sua grande timidez.
Maugham acabou por ingressar na King’s School, em Canterbury e começa os seus primeiros passos literários, com contos de fundo psicológico e histórias de espiões. Resolve estudar literatura e filosofia na Universidade de Heidelberg e Medicina, em Londres, após ser aprovado em prova do hospital St. Thomas, em 1897. Nesse mesmo ano obtém algum sucesso com o primeiro romance, Liza of Lambeth (O Pecado de Liza), e resolve seguir carreira como escritor.
Em 1902 publica dois livros, Mrs. Craddock e The Magician, baseado na vida do ocultista inglês Aleister Crowley. Maugham não contava, no entanto, com a simpatia da crítica e o sucesso só veio em 1903, quando a peça A Man of Honour o faz famoso, sendo considerado o autor teatral mais importante do Reino Unido, ao lado de George Bernard Shaw.
Em 1915 publica aquele que seria meu maior romance: Servidão Humana, um livro, em parte autobiográfico. A história conta as desventuras de Philip Carey, órfão, estudante de medicina (como Maugham), manco e que se apaixona por Mildred, que o humilha, fazendo com que Philip abra mão de sua dignidade para conquistá-la. E, em lugar de sua gagueira, Maugham atribui ao personagem um defeito físico.
O livro faz um imenso sucesso e Somerset Maugham aproveita o dinheiro para fazer duas coisas que ama verdadeiramente: viajar e viver aventuras. Em 1917 vive talvez a maior delas, ao se passar por um jornalista na durante a Revolução Russa, trabalhando como espião do governo inglês.
Nessa época também conhece Gerald Haxton, jovem norte-americano de São Francisco que seria seu amante até 1944, ano da morte do seu parceiro.
Ainda em 1917, casa-se com Maud Gwendolen Syrie Barnardo, ex-mulher do magnata da indústria farmacêutica, Henry Wellcome. Os dois já eram amantes. Na década de 20, Maud ficaria famosa na Europa como decoradora de interiores, utilizando o nome Syrie Maugham. Os dois já tinham uma filha nascida em 1915 chamada Elizabeth Mary Maugham, que morreu em 1998. O casamento durou até 1928, com inúmeras brigas entre o casal por causa do amante Haxton, quando se separaram.
Em 1919 publica outro notável romance, Um gosto e seis vinténs, narrando a história de Charles Strickland, um homem de meia-idade que abandona a família sem motivo aparente e resolve virar pintor.
Já famoso e milionário – era o autor mais bem pago do mundo da década de 30 – Maugham passa boa parte desses anos viajando pela Ásia, México, Pacífico, sempre acompanhado de Haxton e decide fixar residência na Riviera Francesa até o final dos seus dias.
Em 1943 publica O Fio da Navalha, considerado sua última grande obra. No livro, Maugham assume sua própria identidade e narra a história de Larry Darnell, piloto durante a Primeira Guerra Mundial, fato que o marcaria para sempre. Já de volta ao lar, em Chicago, renuncia a antiga companheira e começa uma viagem totalmente particular em busca da sabedoria e da paz, partindo para Paris e para a Índia.
Somerset fez o livro inspirado em Sri Ramana Maharshi, que conheceu na Índia, em 1938. Maugham revelou antes que havia se inspirado em um homem que conhecera, mas o encontrava apenas em longos intervalos, apesar de terem construído uma grande amizade.
Em 1947, criou o Somerset Maugham Award, que destina num premio em dinheiro ao melhor escritor britânico, com menos de 35 anos e que tenha publicado um livro na categoria ficção, no ano anterior. Alguns dos mais famosos vencedores foram Kingsley Amis e Thom Gunn.
Maugham faleceu em Nice, na França, aos 91 anos, no dia 16 de Dezembro de 1965 e ficou imortalizado com um dos mais excepcionais entendidos da alma humana e com um estilo que mostrava grande subtileza, ironia e um mestre de contar grandes histórias.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário