10/10/2009

THE CLASH - pequena biografia

Eles foram conhecidos como a única banda que valia a pena no final dos anos 70. Após a separação dos Sex Pistols e da "morte" decretada do movimento punk, os Clash ficaram como uma das últimas bandeiras do movimento. Desde sua formação, em 1976, a banda apoiou-se na força das letras, e da sua energia de palco e no carisma da dupla Strummer e Jones. Considerada uma das melhores duplas de compositores do rock, Mick Jones e Joe Strummer dividiam; vocais, guitarras e letras de forte apelo social. O grupo começou a ganhar notoriedade na Inglaterra ao abrir uma turné dos Sex Pistols.Depois de testemunhar os Sex Pistols em concerto, Joe Strummer decidiu romper a sua anterior banda os 101'ers no início de 1976, a fim de buscar uma nova direcção musical. Na mesma época, Mick Jones era um líder do grupo de hard rock chamado London SS. Ao contrário de Strummer, Jones veio da classe trabalhadora em Brixton.Ao longo de sua adolescência, era fascinado com o rock & roll, e ele tinha formado a SS London com a intenção de replicar o som hard-driving dos Mott the Hoople e Faces. O baterista Topper Headon sempre citou que embora fossem amigos dos Pistols, pouco tinham a ver com a imagem da banda de Rotten. "Nós nunca quisemos chocar as pessoas, com auto-mutilações no palco como os Sex Pistols faziam." "Eu jamais colocaria um brinco no nariz", acrescentaria Jones. Para lançar London Calling, os Clash fizeram uma série de exigências para a CBS. A primeira e mais cara de todas, foi vender o disco, que seria duplo, pelo preço de um LP normal. A CBS chiou, mas concordou. O grupo faria o mesmo com o disco seguinte, o triplo Sandinista! - foi um fracasso de vendas na época e estremeceu muito as relações da banda com a CBS. A idéia ao lançar London Calling era conquistar de vez o mercado norte-americano. Os Clash vinham de tours norte-americanas, com Bo Diddley no inverno, e Sam & Dave, Ian Dury and The Blockheads, entre outros no outono. O disco foi produzido por Guy Stevens, que já havia trabalhado com Mott The Hoople. Embora uma banda de temática punk, eles nunca tiveram um som basicamente cru como os Pistols. Bons músicos, sabiam afinar os intrumentos e tinham uma boa noção de melodias. A força vinha das suas letras e das apresentações, onde os fãs literalmente arrancavam cadeiras e pegavam fogo nos teatros em que a banda se apresentava. E podiam se dar ao luxo de serem meninos bem educados. Strummer apesar de sotaque de sarjeta, não vem da subclasse de desprivilegiados, era filho de um diplomata, e morou em vários países, terminou o curso de preparação para a faculdade, e matriculou-se na escola de arte, mas no início do movimento punk Joe Strummer abandona as suas raízes. Paul Simonon era estudante de arte e Jones e Headon eram músicos com certa reputação no meio rocker de Londres. "I hit the streets," diz Strummer, "dug graves, washed toilets, bummed around the country, went on the dole, started busking (note: singing and playing in the street for coins)". Viajei pela Europa com a minha guitarra, vi a polícia corrompida, vi que a justiça era uma piada, eu já tinha visto tudo ". Enquanto Strummer diz que, Anarchy in the UK é um dos registos mais importantes já feitos, e um dos favoritos para escutar pessoalmente,o seu eu gosto vai mais para as raízes rockers como Elvis, Jerry Lee Lewis, Bo Diddley e Howlin 'Wolf. Mesmo com boa formação, sempre odiaram a burguesia. Strummer deixava claro que odiava tocar em universidades, por considerar os estudantes um bando de snobes e otários. "Pelo menos pagam as minhas contas. Mas eu não ligo nem um pouco para essa parte dos nossos fãs." A certeza de que o disco seria um divisor na carreira do grupo era tão grande, que o primeiro nome para o trabalho foi pomposamente chamado de "New Testament". Faixas como "London Calling", "Spanish Bombs" e "The Guns of Brixton" citam temas políticos e revoluções, problemas familiares, rebeliões de operários, tudo era colocado no caldeirão do grupo. Misturado com rockabilly, reggae, R&B até pitadas de jazz, fizeram um dos discos mais aclamados do ano. A banda conseguiu emparelhar "Train in Vain", a última canção do álbum duplo que curiosamente não tinha o nome incluida nos créditos da contra-capa do disco. A música da banda fica um pouco mais acessível para o grande público. Diferente da temática 1-2-3-4, Go!, que marcavam as bandas punks, os Clash tornaram-se mais elaborado. "Nós estávamos mais relaxados no estúdio, sabíamos o que queríamos. Isso não significa que perdemos a nossa força, muito pelo contrário. Canções como 'London Calling', 'The Guns of Brixton', 'Clapdown' e 'Brand New Cadillac' não são nada calmas. Há muita intensidade", explica Mick Jones. Um exemplo pode ser a letra de "The Guns of Brixton": "Quando eles batem na porta da sua casa / O que você acha que virá? / As mãos na cabeça ou o gatilho de suas armas?" Ou "London Calling": "Londres chamando as cidades distantes/ Agora a guerra foi declarada e a batalha começou / London chamando o submundo / Saíam de seus abrigos, meninos e meninas / Londres chamando, não olhem para nós / A Beatlemania já foi derrubada." A capa era uma homenagem a Elvis Presley e ao rocker britânico Vince Taylor. Perguntado sobre qual era o objectivo da banda com London Calling, Jones esclareceu. "Meu objectivo é chegar ao topo da montanha. E tenho que lutar muito até lá. Sabe com que isso parece? É a mesma coisa que ficar dando cabeçadas contra uma parede. Há algumas vitórias, mas são pequenas demais." Jones afirmava que era difícil definir os rumos da banda. "Eu acho que estamos melhorando. É legal fazer parte de uma banda que o público não possui uma pré-concepção . Nós podemos subir ao palco e tocarmos qualquer coisa, até jazz se quisermos, e não precisamos fazer exactamente o que as pessoas esperam. Considero isso uma grande evolução." A banda continuou firme nas suas posições. Mesmo o disco cheio de dub e ska que foi Sandinista! ou a pitada mais acessível de Combat Rock, não tiraram o brilho de uma banda que soube como poucas, usar o sistema a seu favor. Em 1982, os Clash tornaram-se um sucesso comercial, bem como uma crítica. Combat Rock foi platina; "Should I Stay Or Should I Go" (uma canção Mick Jones) e "Rock the Casbah" (uma música de Joe Strummer) entraram no top 40. Observadores do mainstream musical ficaram surpresos como é que uma banda rebelde, socialista,perigosa, poderia vender discos e tocar numa rádio. London Calling foi aclamado como o melhor álbum da década de 80, pela revista norte-americana Rolling Stone, apesar de ter sido lançado em Dezembro de 1979. Após Combat Rock não souberam lidar com o mainstream, e com o sucesso, acentuaram-se as as diferenças na banda, primeiro foi o baterista Topper Headon a ser demitido, quer pelas suas "philosohical differences" aos problemas com drogas, quer por ter sido acusado de arrogância, quando realizou uma conferência de imprensa (pagos pelos organizadores do Fest E.U.) a denunciar o festival. Em janeiro de 1984, Mick Jones foi demitido po r"se distanciar da idéia original dos Clash" pelo co-fundador Joe Strummer. A banda fez uma tourné pela Califórnia e Europa, volta para estúdio para gravar novo album, com um grupo praticamente novo: Strummer, Simonon, Pete Howard, Vince White e Nick Sheppard.Strummer é agora o líder incontestável do grupo. Agora com 31 anos, Strummer é um novo pai e parece ter amadurecido um pouco na sua atitude para com o negócio da música. Ele ainda está terminantemente socialista, e aproveita todas as oportunidades para se pronunciar sobre o que há de errado com a sociedade. Mas também obtem um sorriso fora dela na ocasião, e admite os seus próprios erros. Strummer levou os Clash a viajar pela Inglaterra e Escócia, tocando de graça em esquinas e bares. O grupo apresentou os últimos shows em 1985. Enquanto isso, Cut the Crap era lançado, sendo bombardeado pela crítica e sofrendo de fracas vendas. Joe Strummer actuou em alguns filmes, aparecendo em Alex Cox's Straight to Hell (1986) e Jim Jarmusch's Mystery Train (1989), gravou bandas sonoras e tocou com algumas bandas de sucesso limitado,nos Pogues fez uma tourné como guitarrista e vocalista. No final dos anos 90, reuniu os The Mescaleros, assinando com o selo punk Hellcat Records, lançou um álbum chamado Rock Art and the X-Ray Style. A banda passou a fazer turnês pelos Estados Unidos e Inglaterra, tocando, além de suas canções, sucessos dos Clash e clássicos do reggae. Em Dezembro de 2002, Strummer (John Graham Mellor )morreu subitamente, vítima de um ataque cardíaco aos 50 anos. O álbum do Mescaleros em que ele estava trabalhando, Streetcore, foi lançado postumamente em 2003. No início de 1986, Strummer e Simonon decidiram dissolver permanentemente os Clash. Depois do fim dos The Clash, Paul Simonon entrou para um grupo chamado The Roots Havana 3AM, que gravou somente um álbum no Japão e separou-se. Posteriormente Simonon voltaria às suas raízes de artista visual, organizando várias galerias de arte. Actualmente, faz parte da banda The Good, the Bad and the Queen, formada ainda por Damon Albarn (vocalista), o ex-membro dos The Verve e guitarrista dos Blur e Gorillaz Simon Tong e o baterista da banda Africa '70 de Fela Kuti Tony Allen. Mick Jones, após sair dos Clash, fundou a banda Big Audio Dynamite. Depois de ser despedido do Clash, Topper Headon seguiu sem rumo com o seu vício em heroína. Formou uma banda de jazz que durou pouco tempo. Até a gravação do documentário de Don Letts sobre os Clash, Westway To The World, Headon tinha saido do mundo da canção. Actualmente deixou o vicio e continua a tocar. Foi num dos seus shows que ficou sabendo da morte de Joe e, em 2003, anunciou que tocaria em tributo ao antigo companheiro de banda. Discografia The Clash (1977) Give 'Em Enough Rope (1978) London Calling (1979) Sandinista! (1980) Black Market Clash (1980) Combat Rock (1982) Cut The Crap (1985) The Story of The Clash Vol. 1 (1988) The Singles Collection (1991) Clash On Broadway (1991) From Here To Eternity (1999) The Singles (2000) The Essential Clash (2003) EPs 1977: Capital Radio 1979: The Cost of Living

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