A internet é hoje em dia o reflexo daquilo que somos para o bem e para o mal. Eu criei este blogue com o objectivo de falar sobre a cultura pop - musica, cinema, livros, fotografia, dança... porque gosto de partilhar a minha paixão, o meu conhecimento a todos. O meu amor pela música é intenso, bem como a minha curiosidade pelo novo. Como não sou um expert em nada, sei um pouco de tudo, e um pouco de nada, o gosto ultrapassa as minhas dificuldades. Todos morremos sem saber para que nascemos.
06/09/2009
BATÕ - a melhor discoteca de Portugal
PARABÉNS BATÕ.
Durante este tempo o barco nunca afundou.
Quem é que ainda não foi ou ouviu falar do Batõ ?????? a discoteca que é uma réplica de um barco, poucos, muito poucos em Portugal.
Local de encontro de muitos artistas conhecidos como, Raul Solnado, Fialho Gouveia, Carlos Cruz e Florbela Queiróz, entre outros, é um grande orgulho para esta discoteca.
O espaço recria um pequeno barco, com a pista de dança em baixo e um ambiente mais recatado, com mesinhas e bancos, no andar superior. Refira-se que alguns dos objectos decorativos pertençeram a uma antiga embarcação que se afundou na Foz do Douro.
Algumas namoradas,lugar de encontros, bebedeiras, a dificuldade em não ser barrado á porta, grandes DJs que por lá passaram ( não eram as vedetas que hoje nos querem fazer crer), muitas noites, muitas historias, passadas no BATÕ.....è bom recordar esses bons momentos com carinho e saudade......
Um espaço de culto devido à sua qualidade musical, abrangendo várias gerações.O Batõ ensinou-nos a descobrir, a ouvir,e a reconhecer nomes de bandas alternativas.
Quantas vezes eu fui comprar um vinil, depois de ouvir a musica no Batõ.....
Depois de remodelações, reabriu esta sexta-feira a discoteca Batô, em Leça da Palmeira, Matosinhos, um dos mais antigos espaços de diversão nocturna do país com um novo ar.
Os novos proprietários da mítica discoteca de Leça da Palmeira são Humberto Tentúgal e Edgar Rodrigues. Este último, já passou por vários espaços como o Via Rápida, Indústria e Swing - garante que "o espírito do Batô mantém-se, apenas lhe foi feita uma lavagem que era necessária depois de quase 40 anos de casa aberta".
Edgar Rodrigues salienta que as maiores alterações foram a nível das casas de banho"totalmente remodeladas" e que outra das mudanças foi a passagem da cabina para o andar de cima. O Batô tem também um bar novo, "mas mantém a decoração, apesar de renovada. As pessoas vão notar mais o novo som e mais multimédia no espaço". Afinal, com a modernização "passou de um veleiro do século XVII, a ser um iate do século XXI", brinca Edgar Rodrigues.
Serviço à mesa
Uma das originalidades do Batô é o atendimento à mesa. Edgar Rodrigues fala com orgulho dessa tradição - que é para manter, assim como os copos e garrafas de vidro. Para diferenciar o serviço.
"O serviço está exactamente igual e a música é exactamente a mesma coisa", garante Edgar. O DJ Jorge Vieira continua a ser o residente e agora vai partilhar a cabina com o DJ Tatá.
As noites temáticas também permanecem: a última quinta-feira do mês continua a ser a Noite do Baú, com música dos anos 70 e 80, e a noite Wash Your Brain, na primeira quinta-feira do mês.
A caminho dos 38 anos, o Batô continua o seu solitário percurso de excepção à regra. À regra da noite do Porto e arredores, seguindo imperturbável o trilho do rock dançante que lhe trouxe fama - ainda não deixou de ser a discoteca mais alternativa da zona.
Como se fala do Batô sem cair em lugares-comuns (o mais comum - a redundância é feitio: é a discoteca mais antiga do Grande Porto, aberta em 1971)? Porque o Batô é tudo menos um lugar-comum. Quantas discotecas no Porto seguem uma dieta rigorosa de pop/rock dançante e, no seu melhor, alternativo? Pois... Por isso, o Batô é uma espécie de extraterrestre da cena noctívaga da cidade, que se estende até Leça da Palmeira, onde este navio há muito lançou amarras à beira do "castelo".
Não é à toa o recurso a imagens náuticas: o nome "Batô" é quase literal e, juntamente com a música, é o visual que ajuda a compor o seu mito - e, rendamo-nos então à evidência, a sua longevidade também entra na equação. Porque a imagem do Batô é mesmo a de um barco - o "bateau" francês foi aportuguesado, e o barco inspirador terá sido o "Varna", que naufragou na Foz do Porto no final da década de 60, de onde terão vindo algumas peças que compõem o cenário (que se manteve sempre inalterado, assim como a orientação musical).
Tudo isto faz parte da lenda do Batô - que conheceu desvio inesperado quando o Batô foi vendido, pela primeira vez na sua história. Desde 1 de Abril, a gerência é nova e Edgar Rodrigues, um dos sócios, assegura que tudo no Batô é para manter: "Crescemos aqui e, porque é um sítio mítico, queremos levar este barco para o futuro e melhorar as condições para os clientes". Quase tudo, vá lá, numa adaptação da máxima de Lampedusa, "é preciso que "algo" mude para que tudo se mantenha".
E o tudo que se mantém é a decoração - estamos dentro de um barco de onde não queremos sair - e, sobretudo, a música. E o "algo" que muda é a decoração e a música. Começamos pela música. A identidade do Batô construiu-se pela sua cartilha musical e insistimos: corremos o risco de perder a banda sonora (dançante, pelo menos) mais alternativa da cidade? "Vamos continuar com a mesma dieta musical e, se possível, com mais qualidade". É o tal olhar para o futuro: manter o que está e tentar que o que se está a passar fique na memória também, explica Edgar Rodrigues. A música não parou nos anos 90 (para os que pensam que sim, há a "Noite do Baú" e a "Remember the 90"s"), há que mostrar os "clássicos" que aí vêm - algo que nem é propriamente novidade, pois o alinhamento sonoro do Batô sempre absorveu as derivações mais contemporâneas do rock, com mais ou menos militância.
A publicidade mais eficaz do Batô sempre foi o boca-a-boca e o seu legado é passado de geração em geração. Há um cruzamento geracional, que se reflecte na música - nos anos 70, vinha directamente de Londres, trazida por comissários de bordo; agora vem de todo o lado: mantêm-se os clássicos dos anos 60/70, os hinos dos "eighties" (uma noite sem Pixies ou Violent Femmes não é o Batô), todo o grunge dos anos 90 e a mistura de tudo produzida pelo novo milénio.
E se persistimos na música é mesmo pela sua singularidade, que faz uma selecção natural de clientes (embora haja selecção à porta: antes de mais, o espaço é pequeno) e que ajuda o Batô a manter-se ao largo de tendências (e crises): o Batô nunca foi um local da moda, mas esteve sempre na moda. "É para uma imensa minoria", considera Jorge Vieira, DJ residente há 11 anos - que vem para dançar. "Oitenta por cento das pessoas está na pista a dançar, a maior parte está a cantarolar", avalia Edgar.
Às vezes pensamos que nunca saímos daquela festa de garagem (e isso é uma coisa boa), mas depois olhamos em volta e percebemos que estamos longe. O interior do Batô é inconfundível: madeira por todo o lado, simulação de um navio - tanto estamos no interior como no exterior, à porta de um camarote, no castelo da proa em frente ao leme ou no da popa (os dois mezaninos, lugares para sentar ou espreitar a pista). Dançamos entre escotilhas luminosas, sob cordas, roldanas, "mercadoria", sobre madeira que veio do naufrágio - Jorge Vieira vai apontando as peças "reais" e desfiando o que ouviu dos fundadores sobre a história do Batô.
O barco resistiu ao longo do tempo, com a manutenção devida. Agora, a manutenção terá um pouco de remodelação: a alcatifa vai sair ("um barco não tem alcatifa, tem madeira", nota Edgar), a lareira, que há vários anos não é acesa por imposições de segurança (que também obrigaram à retirada das velas - sobram os "mastros"), vai dar lugar a um pequeno bar de apoio (mas mantém-se a zona de sentar, "look" muito "seventies", com os sofás em meia lua na estrutura de madeira), o sistema de iluminação vai ser substituído por um mais moderno e económico (aumentando o pé direito). Estas intervenções - "menores", não se cansa de repetir Edgar - não vão fechar o Batô, o principal será feito em Agosto, tradicional período de férias do pessoal.
O Batô permanece, a caminho dos 38 anos, como o segredo mais mal guardado da noite portuense. Quem gosta de música rock alternativa, mais cedo ou mais tarde descobre o caminho de Leça da Palmeira - e o mais certo é voltar.
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2 comentários:
Infelizmente, acho que o batô não é o mesmo após a mudança. A música de sábado é completamente diferente, na minha opinião para pior. Sexta mantém o que de bom havia!
Mesmo as pessoas são diferentes, parece que já não há regras para deixar alguns de fora. Acho que agora qualquer um é "batôzeiro"...
Acho que a frase "o batô continua exactamente igual" não irá ser dita mais vezes, e se calhar era essa a grande diferença para todos os outros bares.
Fisicamente, o espaço ficou melhor, sem dúvida.
Um abraço,
O batô vai voltar com uma nova gerência!!! hoje é a sua reabertura!!!! Vai voltar a ser o que sempre foi, de volta as pessoas que sempre acarinharam a casa..
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