11/05/2009

Gauguin cortou a orelha a Van Gogh

Na manhã de 24 de Dezembro de 1888, a polícia de Arles, sul de França, encontra um homem com a cara ensanguentada e levam-no ao hospital. Van Gogh cortou a orelha esquerda (nos auto-retratos é a da direita porque os fez ao espelho) numa das suas crises. Sintoma de uma saúde mental já debilitada e sinal do suicídio que viria a cometer sete meses mais tarde. Esta é a versão oficial que vigora há mais de 100 anos e que é agora contestada. Dois académicos alemães pegaram na investigação policial de então. Descobriram várias incongruências na história e decidiram procurar a verdade. O livro “A orelha de Van Gogh: Paul Gauguin e o pacto de silêncio” é o resultado de 10 anos de investigação. Hans Kaufmann e Rita Wildegans leram os depoimentos de testemunhas, as notícias dos jornais locais e as cartas que os dois artistas escreveram e concluíram que foi Gauguin – um esgrimista exímio – que cortou a orelha ao amigo. Van Gogh embrulhou então a orelha num pano e entregou-a a uma prostituta, chamada Rachel. Kaufmann diz que não foi possível determinar se foi um acidente ou de propósito, mas no final ambos concordaram em contar à política a história da auto-mutilação para proteger Gauguin. O académico de Hamburgo Acrescenta que a versão oficial é baseada em provas contraditórias e improváveis, além de que não há depoimentos de testemunhas independentes do sucedido. Na origem da contenda estaria o facto de Gauguin querer voltar para Paris e Van Gogh implorava-lhe para ficar em Arles. Para se livrar de Van Gogh, Gauguin ameaçou-o com uma navalha. A orelha esquerda do holandês caiu. Gauguin foi para o Tahiti onde morreu em 1903. Os dois amigos nunca mais se viram.

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