CANNES

É O QUE ESTÁ DAR....São já vários os filmes presentes em competição em Cannes que se baseiam directamente em factos verídicos: entre eles, "Um profeta", de Jacques Audiard, é um dos mais fortes candidatos à Palma de Ouro, até ao momento, Há ainda "Bright star", de Jane Campion, "Taking Woodstock", de Ang Lee, "Kinatay", de Brillante Mendoza e "Vincere", de Marco Bellocchio. A esta colecção de "casos de vida", o cinema francês junta agora "A l'Origine", a quarta longa-metragem de um realizador que pouco conhecemos em Portugal, Xavier Giannoli. A companhia de Luc Besson acompanha de perto o percurso da personagem de Paul, um homem que acaba de sair da prisão e, confrontado com as dificuldades que o sistema lhe vai colocando para se integrar na vida social, decide voltar a fazer aquilo que sabe melhor: esquemas. Enquanto o filme de Giannoli se destaca mais pelo tema, com a sua história contada de uma forma limpa mas convencional, "Das Weisse Band", de Michael Haneke está nos antípodas. Aqui, o que conta é claramente o estilo. O realizador austríaco, famoso pelos seus filmes conceptuais, situa a história numa aldeia da Alemanha do Norte, fortemente protestante, no período imediatamente anterior à 1.ª Guerra Mundial.