A internet é hoje em dia o reflexo daquilo que somos para o bem e para o mal. Eu criei este blogue com o objectivo de falar sobre a cultura pop - musica, cinema, livros, fotografia, dança... porque gosto de partilhar a minha paixão, o meu conhecimento a todos. O meu amor pela música é intenso, bem como a minha curiosidade pelo novo. Como não sou um expert em nada, sei um pouco de tudo, e um pouco de nada, o gosto ultrapassa as minhas dificuldades. Todos morremos sem saber para que nascemos.
14/02/2009
CARMEN MIRANDA
A cantora portuguesa Carmen Miranda, também conhecida como a Pequena Notável, ganhou a imortalidade ao ter uma escultura em tamanho natural que ficará exposta num museu com o seu nome no Rio de Janeiro.
Se estivesse viva, a “Embaixadora do Samba” completaria 100 anos esta semana.
Um ícone de brasilidade. Carmem Miranda nasceu há cem anos.
Carmem Miranda nasceu Maria do Carmo Miranda da Cunha, na aldeia Várzea da Ovelha, em Marco de Canaveses, no dia 9 de Fevereiro de 1909.
Com apenas um ano de idade mudou-se para o Brasil com a família, que desembarcou no Rio de Janeiro, tal como aconteceu com milhares de emigrantes que, no início do século passado, fizeram da então capital do Brasil a segunda maior cidade portuguesa do mundo.
Maria do Carmo, que passou a ser chamada de Carmem pelo pai, um apaixonado por óperas, começou a trabalhar cedo numa loja de chapéus.
Conta-se que ela perdeu o primeiro emprego porque cantava muito durante o trabalho. Gostava tanto de cantar que costumava apresentar-se em festas e nas casas de conhecidos.
Foi numa destas reuniões que seu talento foi descoberto. Mas, além de talento, Carmem Miranda teve a sorte de ser a mulher certa no momento certo.
A rádio começava a tornar-se um veículo de massa no Brasil, surgiam os primeiros compositores de samba, e a música popular brasileira, até então menosprezada pela elite, conquistava seu espaço.
O primeiro sucesso de Carmem Miranda foi a gravação da marchinha de carnaval "Pra você gostar de mim", em 1928. A partir daí, não parou mais.
No final da década de 30, ela vestiu-se de baiana a para interpretar a canção "O que é que a baiana tem?", do então iniciante compositor Dorival Caymmi. Estava criada a imagem que consagrou Carmem Miranda.
Num de seus shows no Casino da Urca, no Rio de Janeiro, chamou a atenção do empresário norte-americano Lee Schubert, na época muito influente nos teatros de Nova Iorque.
Foi convidada para apresentar-se na Broadway e, mesmo cantando em português, conquistou os americanos.
Fez sucesso nos Estados Unidos e deixou ressentimentos no Brasil. Foi chamada, por alguns jornalistas, de ingrata e "americanizada", mas nunca perdeu o amor dos fãs brasileiros, que se orgulhavam do sucesso da artista que protagonizou 13 filmes em Hollywood. Em todos eles Carmem Miranda sempre dizia algumas frases ou cantava alguma música em português.
Ela carimbou seus pés na calçada da fama, mas sua vida não foi só glamour.
Carmem Miranda casou-se com o americano David Sebastian, que se tornou seu empresário.
Problemas no casamento e a enorme pressão do trabalho deixaram-na dependente dos barbitúricos, que ela misturava com álcool e tabaco.
O coração da cantora que era chamada de "a pequena notável" não aguentou: parou de bater numa noite de Agosto de 1955. Ela morreu em seu quarto, numa mansão de Beverly Hills, depois de um jantar onde cantou para a mãe e um grupo de amigos.
A sobrinha de Carmem Miranda, que mora no Rio de Janeiro, contou-me que, naquela noite, a cantora de músicas alegres cantou fado.
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