31/01/2009

STRANGLERES

«Sala de estar» transformada em concerto rock. Provaram que «velhos são os trapos» e provocaram uma enorme dor de cabeça aos seguranças da Aula Magna. Segundo as criticas ao concerto dos Stranglers , eles trouxeram ao de cima as melhores recordações de juventude de muitas das pessoas presentes, a maioria contemporânea dos elementos do grupo, e consequentemente um à vontade bastante jovial, que desde os primeiros minutos fez muitos levantarem-se das cadeiras da Aula Magna para dançarem ao som do pop-rock electro punk psicadélico dos Stranglers.
Tudo mudou à quinta canção. Warne reclamou que sentia que «estava a tocar na sala de estar de alguém» e pediu mais público na zona das doutorais em frente ao palco Baz Warne (vocalista e guitarrista) fez questão que o público «dos lugares mais baratos» se chegasse à frente e compusesse as cadeiras vagas das doutorais, até porque nunca tinham actuado numa sala com tantos lugares sentados, como diria. A Aula Magna transformou-se por completo.
A música e a energia dos Stranglers pediam mais pista para dançar do que propriamente assentos, clássicos como 'Always The Sun, 'Strange Little Girl' e 'Golden Brown' - fizeram parte mais "calma" e pop do concerto, e por se tratar de uma digressão de greatest hits, foi o primeiro single da banda, 'Get a Grip On Yourself', a marcar o arranque de um espectáculo onde não houve paragens para grandes diálogos, privilegiando-se quase sempre os andamentos rápidos, os solos e os improvisos instrumentais e as poses de proximidade com o público protagonizadas por Warne e Jean-Jacques Burnel (baixo) - a par do teclista Dave Greenfield, os elementos da formação original. Com '5 Minutes' 'Peaches' e «Nice 'N' Sleazy» continuaram a viagem enérgica de mais de 30 anos carreira.
O final foi cantado em uníssono com o refrão de «No More Heroes», uma das canções emblemáticas de uma banda que atravessa gerações. Na assistência havia gente de todas as idades: pais e filhos, e, até provavelmente, avós e netos. Pena foi a ausência do baterista Jet Black, o mais velho de todos os Stranglers, com 70 anos. Porém, o seu técnico de bateria, Ian Barnard, voltou a mostrar-se à altura da responsabilidade - ele que já por várias vezes substituiu o seu mestre.
Para ver hoje no Porto.

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