A internet é hoje em dia o reflexo daquilo que somos para o bem e para o mal. Eu criei este blogue com o objectivo de falar sobre a cultura pop - musica, cinema, livros, fotografia, dança... porque gosto de partilhar a minha paixão, o meu conhecimento a todos. O meu amor pela música é intenso, bem como a minha curiosidade pelo novo. Como não sou um expert em nada, sei um pouco de tudo, e um pouco de nada, o gosto ultrapassa as minhas dificuldades. Todos morremos sem saber para que nascemos.
22/01/2009
MUSICA AFECTIVA
A música portuguesa timidamente tem subido uns degraus. Em Portugal nunca se consumiu tanta música, tão variada, e de todos os géneros , e sob os mais variados formatos. Nunca houve tantos músicos no activo, dos mais novos aos mais velhos, do mais pop ao mais erudito, do mais popular ao mais experimental. Quase todos os dias ouço mais um novo nome a surgir no nosso pequeno rectangulo. Nunca houve tantos festivais, tantos concertos, nunca apareceram tantos projectos novos. Nunca foi tão grande o potencial de internacionalização. As bandas já trazem uma nova filosofia. E talvez nunca se tenha editado tanta música em Portugal, apesar de se venderem cada vez menos CDs. O que é evidente, e está em vias de desaparecer é a intitulada “Indústria Discográfica”, nos moldes tradicionais, dominadora durante todo o Sec. XX, uma nova realidade nasceu - a música da era digital. Para a maioria dos adolescentes, a música faz parte integrante do quotidiano. A música tem um grande poder, por isso quase toda a gente quer consumir música, sobretudo num mundo apressado com muitos ‘vazios’ procura-se na música um escape, uma forma de realização, de afirmação, de terapia, e conforto. O reverso da medalha é cada vez mais a musica digital ser incapaz de gerar grande afectividade. Quando surgiu o formato CD , este mostrou-se um formato incapaz de gerar afectividade, ao contrário do Vinil (voltou a estar na moda). Ainda por cima envelhece mal: quando se risca fica inutilizado, o vinil ficava só com uns estalidos mas continuava a tocar, as caixas de plástico riscam-se e partem-se -as velhas capas de cartão impresso ainda hoje nos encantam…; o CD é um objecto pequeno, o texto é sempre pequeno, as imagens são pequenas. Já com as gerações anteriores a música serviu de união para as relações sociais e convívio entre amigos: o primeiro baile, o primeiro concerto, os discos emprestados, as tardes, os dias, as festas passados em volta de um gira-discos, são inesqueciveis, mais tarde as cassetes trocadas entre amigos ainda hoje deixam muitas saudades. Até à revolução digital a música estava presa ao objecto físico, se um amigo não nos devolvesse um disco, ficávamos sem ele agora não. A música espalha-se sob a forma de “zeros e uns”. A musica resiste sempre.
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