03/01/2009

COIL

Este é o último álbum de Jhonn Balance e Peter “Sleazy” Christopherson, publicado após a morte do primeiro. E como ia sendo habitual nas letras de Balance, a Senhora de Negro é precisamente um tema recorrente de “The Ape of Naples”, como se Aleister Crowley estivesse a preparar-se para o Grande Momento. Em “Tattooed Man”, ouvimos a cantar estes dois versos: “There’s a man lying down in a grave somewhere / with the same tattoos as me.” Nãopor se tratar de um disco póstumo, o que ouvimos tem uma estranha atmosfera necrófila – ocultista e esotérica a música deste grupo foi-o sempre. Com novos arranjos de temas já existentes, como “A Cold Cell”, “Teenage Lightning 2005” e “Heaven’s Blade”, e outros inéditos, juntando materiais registados em estúdio (de Trent Reznor na cidade, New Orleans) e outros captados em concerto, o que aqui encontramos são canções de “dark folk”, electrónica surgindo em engenhosas combinações com instrumentos convencionais tocados por Thighpaulsandra, Simon Norris, Ossian Brown, Mike York e Cliff Stapleton, em acordeão, sanfona, marimba, gaita de foles, teclados ou trompete. Com uma longa história de alcoolismo e abuso de drogas (a queda doméstica que o vitimou deveu-se a um elevado estado de embriaguês), Jhonn Balance era um homem de extremos.

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