28/08/2008

GUSTAVE FLAUBERT

A palavra “clássico” nos remete à Antiguidade e conseqüentemente à herança cultural greco-romana.Por definição, podemos denominar de clássico o que “segue os padrões daqueles povos” ou ainda “o que segue cânones preestabelecidos. Por que um livro se torna um clássico? Um clássico é atemporal, pois mesmo datado no mais remoto dos séculos, ainda assim pode transmitir uma mensagem que perpassa o tempo e condiz com a realidade actual. Do mesmo modo, muitas obras alcamçaram o posto de “clássico” justamente porque questionaram as estruturas, pensamentos e comportamentos daquele período. Em alguns casos, os clássicos podem provocar um desconforto aos leitores; que se justifica pelo carácter predecessor ou polémico do texto; ou por nos fazer olhar para o nosso próprio umbigo. Madame Bovary, de Gustave Flaubert (1821-1880), é um clássico da literatura que tem se perpetuado no tempo.
Considerado por muitos críticos e estudiosos como a maior realização do romance ocidental, 'Madame Bovary' trata da desesperança e do desespero de uma mulher que, sonhadora, se vê presa em um casamento insípido, com um marido de personalidade fraca, numa cidade do interior. Publicado originalmente em capítulos de jornal, em 1856, o romance mostra o crescente declínio da vida - interna e externa - de Emma Bovary, que figura na literatura ocidental no mesmo degrau que Dom Quixote, o personagem de Cervantes. Ambos não se conformam com a realidade em que vivem e tanto o cavaleiro da triste figura quanto a desolada dona-de-casa oscilam entre o status de herói e de anti-herói.

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