Já à algum tempo que andava para escrever um post sobre os Minimal Compact.Confesso que é um dos projectos que o Marcas Cardeais tem muita simpatia.Em boa hora a Crammed editou «returning wheel»em má hora não reeditou as obras-primas «one by one»e «deadly heapons»Agora como verdade dos factos a caixa tripla inclui material clássico e o interesse maior para os aficionados está sem dúvida no cd "Music From Upstairs (Archives)", as gravações caseiras "perdidas" que Malka Spigel (esposa de Collin Newman) felizmente guardou mais de uma hora de demos inacabadas, música encomendada para filmes, puras experiências, gravações para uma rádio holandesa em 1982, e algumas demos gravadas há poucos anos na Bélgica, aquando de uma reunião efémera em meados dos anos 90. "Protótipos electro da época", nas sábias palavras de Birnbach,e oterceiro disco ocupa-se de remisturas,sendo inutil e desnecessario.A história começa em 1981 com a migração de Israel para Amesterdão de Malka Spigel(baixo e voz), SamyBirnbach (voz e textos) e Berry Sakharof (guitarra, teclas e voz). Iam à procura de uma identidade musical. Não eram músicos profissionais e nem sequer sonhavam que alguma vez iriam ter um papel crucial no pop-rock europeu dos anos 80.Incorporam na sua musica os sons do Medio Oriente com o som dark rock europeu.Chegaram a gravar um disco para as John Pell sessions,tentaram entrar no mercado Americano ,mas os vistos foram sempre recusados.Em 1988 o grupo dissolvia-se.Samy Birnbach tornou-se conhecido por DJ Morpheus(colaborou com os Tuxedo Moon)Malka Spigel continuou a colaborar com o marido.O regresso começou a desenhar-se 15 anos depois, com a exibição do documentário sobre os Minimal Compact realizado por Nathan Mandelbaum, um israelita fã do grupo. Samy Birnbach revela que já tinham existido tentativas de reencontros no passado, recusadas por ele próprio, que entretanto se afirmou como DJ Morpheus nas pistas de dança. Era a negação de qualquer tipo de fenómeno de nostalgia colectiva. Mas havia entre os músicos a sensação que o fim nunca fora definitivo. E sem qualquer tipo de racionalização, voltaram à estrada como se o último concerto tivesse sido ontem. A digressão do regresso passou pela Europa e por Israel, onde foram recebidos em apoteose. Conta Birnbach que num dos concertos em Tel Aviv tocaram para 3 gerações e mais de 3000 pessoas em delírio, onde até se encontrava a sua mãe. Aliás, foi a mesma imprensa israelita que os baniu nos anos 80 por viverem nos Países Baixos e por não cantarem em hebreu mas sim em inglês, que hoje os coloca nos píncaros e os impulsiona para um regresso aos originais.
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