Artistas,musicos,escritores,realizadores de cinema,gente das artes performativas e fotografos,eram poucos 1000 pessoas,talvez mais na passagem dos anos 70 para os 80,foram os responsaveis pela eclosão de um ambiente criativo que influenciou uma nova geração sendo responsaveis por um dos periodos mais singulares da historia da criatividade urbana,de tal forma que ainda hoje continuam a sentir-se ecos na musica no cinema nas artes plasticas na dança de hoje.Diz o casal de cineastas Beth B e Scott B no livro agora editado«New York noise:art and music from the New York underground,1978-1988».Retrata através de fotografias a preto e branco de Paula Court,depoimentos dos protagonistas o ambiente da cidade no final dos anos 70 e primeira metade dos 80.Olivro é lançado pela editora Inglesa Soul Jazz.Eram todos produtores e ao mesmo tempo consumidores e partilhavam valores, posicionamemtos estéticos e ideias conjuntas,mas havia facções e competições entre eles.Neste ambiente coexistiam futuras estrelas pop como Michael Stipe(R.E.M)Madonna,gentes das vanguardas da musica à escrita,William S. Burroughs,John Cage,Philip Glass,das artes plasticas como Andy Warhol,Jean Michel Basquiat,Cindy Sherman,Bruce Nauman ou Mike Kelley das personagens das artes performativas Bill T. Jones,Bob Wilson,Lucinda Childs e Molissa Fenley ou do cinema como os realizadores Jim Jarmusch,Amos Poe,Seidelman e a actriz(musica)Ann Magnusson.Nesta altura a musica funcionava como aglutinador o punk ressacava o post-punk estava nos Television,Talking Heads,dançava-se o «disco sound»o rap dava os primeiros passos,a arte passava da galeria para as ruas com Keith Haring,musicos consagrados como Lou Reed ou Patti Smith alimentavam espiritualmente os seus trabalhos.Nos patios nas escolas nos parques publicos de zonas carenciadas como o Bronx a festa fazia-se com o hip-pop do pioneiro Afrika Bambaataa.Em 1978 Brian Eno organizava a compilação«No New York»os DNA de Arto Lindsay e os Mars iriam ficar conhecidos pela designação "NO WAVE"juntavam rock e ritmos explosivos com jazz mutante.Deste espirito livre de iniciativas a procura do prazer de novas experiencias,jovens vindo de fora seduzidos pelas rendas baratas dos apartamentos,pela diversidade da cidade e das gentes ligadas ás artes,cinema,teatro,dança e escritores, formavam-se bandas -ESG,Liquid Liquid,Bush Tetras,Suicide,mesmo sem grandes atributos tecnicos,faziam-se ouvir em clubes como o mitico CBGB ou o MUDD CLUB.Pareciam que frequentavam todos os mesmos sitios,originavam contactos entre as diferentes disciplinas e mesmo quando não existia colaborações havia conhecimento sobre a actividade que cada um desenvolvia.Para mim o maior performer da dança contemporanea Bill T. Jones e o seu amante Arnie Zane recorda que um artista visual como Robert Longo podia actuar numa banda de rock,mas tambem compor musica ou criar espectaculos para teatro.Sentimos que tudo era possivel,não existiam fronteiras ou categorias,trabalhavamos uns com os outros e não importava se era dança ou pintura ou escultura evoca Laurie Anderson.Don Christensen lembra que viviam todos numa area pequena,na baixa de Manhathan,recordo-me da minha vizinha Lydia Lunch vir ao meu aprtamento todos os dias tomar duche,porque o seu apartamento ainda possuia menos condições que o meu..A outra foi a capacidade de validar novas actividades e de ganhar dinheiro com elas,não havia muita pressão,mas sim grande liberdade para criar fosse o que fosse,diz a artista plastica Cindy Sherman.O fim de uma era a meio dos anos 80 como acontece sempre nestes casos foi quando o capital começou a invadir e colonizar os espaços culturais e as mentes de alguns dos que os ocupavam reflecte Bob Wilson.
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