Com excepção de algumas bandas mais recentes, ou num caso ou outro, sempre que faço pesquisas e coloco um post, no meu blog, é porque - ou conheço o grupo ou o artista, ou simplesmente porque gosto. É o caso de Roland Kirk, tenho-o a tocar no meu hi-fi. ouvir.
Rahsaan Roland Kirk (1936-1977) era um multi-instrumentista cego americano. Ficou famoso pela habilidade de tocar mais de um saxofone ao mesmo tempo.
Nascido Ronald Theodore Kirk, teve uma vez um sonho que o levou a trocar duas letras de lugar do seu nome e virar Roland. Em 1970, adicionou também o nome "Rahsaan".
Sempre preferiu liderar os seus próprios grupos, Kirk raramente tocou para outros músicos, embora tenha gravado com Quincy Jones, Roy Haynes e especialmente nas notáveis actuações com Charles Mingus. Tocava a primeira flauta e solava em Soul Bossa Nova, de Jones, música popularizada nos filmes Austin Powers (Jones 1964; McLeod et al. 1997).
O seu estilo geralmente se enraizava no soul jazz e no hard bop, mas o conhecimento que tinha da história do jazz permitiu-lhe utilizar diversos elementos da história da música, do ragtime ao swing e ao free jazz. Kirk também explorava frequentemente a música clássica e o pop.
Kirk tocava e coleccionava uma série de instrumentos musicais, principalmente saxofones, clarinetes e flautas. Os seus principais instrumentos eram o saxofone tenor e dois saxofones pouco conhecidos: o manzello (semelhante ao saxofone soprano) e o stritch (um tipo de saxofone alto recto, sem a característica curva). Kirk modificava ele mesmo os instrumentos para os adaptar à sua técnica de execução simultânea.
Era comum vê-lo no palco com todos os três instrumentos pendurados no pescoço, assim como uma variedade de outros instrumentos como flautas e apitos, e com frequência mantinha ainda um gongo ao seu alcance. Kirk também tocava harmónica, corne inglês, flauta, e era um razoável trompetista. Às vezes possuía abordagens muito originais, usando uma boquilha de saxofone num trompete ou tocando flauta de nariz. Além disso, utilizava muitos sons extra-musicais na sua arte, como despertadores, apitos, sirenes, um conjunto de mangueiras de jardim ("the black mystery pipes") e até sons electrónicos (na época uma raridade).
Kirk foi ainda um influente flautista, empregando técnicas por ele desenvolvidas. Uma delas era cantar e tocar flauta ao mesmo tempo. OUtra era tocar ao mesmo tempo a flauta transversal tradicional e a flauta de nariz.
Alguns observadores, ao ver Kirk surgir no palco com sua aparência bizarra e os seus multi-instrumentos em simultâneo, pensavam que se tratasse apenas de objectos para chamar a atenção, especialmente tratando-se de um cego. Essas opiniões, porém, mudavam quando Roland Kirk começava a tocar.
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