17/01/2010

ARTURO PEREZ REVERTE - A rainha do Sul

Depois de “O Cemitério dos Barcos Sem Nome” a “A Rainha do Sul” uma obra que resulta de um grande trabalho de investigação do autor, a que não faltou contacto com traficantes de droga.
O livro, efectivamente, foi trabalhado como se de uma reportagem se tratasse
Arturo Pérez-Reverte conta-nos a história de Tereza Mendoza, uma jovem mexicana que faz uma travessia incrível pelo mundo do tráfico de droga.
Apesar da história se basear no mundo do narcotráfico, partindo de vários testemunhos de personalidades ligadas à denominada "Rainha do Sul", irá aperceber-se de que forma se articula o tráfico de haxixe e cocaína com as principais redes internacionais do crime organizado, e ninguém fica de fora (mexicanos, colombianos, galegos, marroquinos, russos, as associações criminosas italianas - Máfia da Sicília, a Camorra de Nápoles a N'Dranghetta da Calábria, e o narcotráfico na Europa de Leste.

Um romance onde não há bons nem maus, o reflexo de um universo cruel onde matar, morrer, enganar, corromper, trair, subornar e traficar faz parte do quotidiano.

Juntamente ao tráfico de drogas, o autor deixa, também, entrever um pouco as ligações ao "tráfico de carne humana", concretamente nos bares de alterne na zona turística espanhola.

Teresa Mendoza, a protagonista, chega a rainha do narcotráfico não por escolher um rumo fácil para vencer na vida, mas sim porque sempre lhe saem os piores caminhos, sem hipótese de optar.
Esta é a história de uma sobrevivente,uma mulher solitária que constrói um império a partir do nada, num mundo implacável inteiramente dominado por homens, o mundo do narcotráfico. Uma história de corrupção, amor e morte que nos revela o que de melhor e de pior existe no ser humano.
Da sua ignorância, recorre à sua energia e aproveita cada revés para daí tirar uma nova força para então dar um passo seguro.

Licenciado em Ciências Políticas e Jornalismo, trabalhou durante doze anos no jornal Pueblo e nove nos serviços informativos da Televisão Espanhola (TVE), sendo especialista em temas de terrorismo, tráficos ilegais e conflitos armados.
Foram muitos os prémios que ganhou na área da reportagem, nomeadamente o Prémio Astúrias de Jornalismo pela cobertura para a TVE da guerra da ex-Jugoslávia.
Há já alguns anos, este jornalista de profissão dedica-se exclusivamente à literatura.

Arturo Pérez-Reverte nascido em Cartagena, 1951, é hoje o autor espanhol contemporâneo mais lido dentro e fora de Espanha, estando a sua obra traduzida em mais de vinte idiomas.
A ASA publicou já os seus romances O Mestre de Esgrima e O Cemitério dos Barcos sem Nome, este último galardoado com o Prémio “Méditerranée”, em França, para o melhor romance estrangeiro, e A Tábua de Flandres,já adaptado ao cinema, é o livro fundamental para os amantes do mistério, foi a obra que tornou Arturo Pérez-Reverte no escritor espanhol contemporâneo mais lido em todo o mundo.

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