
Causando curiosidade entre o público que chegava à exposição, acompanhado por um pequeno grupo de repórteres e fotógrafos, Ianês iniciou a sua performance em pé de costas para uma das paredes próximas à rampa que dá acesso ao terceiro andar do prédio, onde está reunida a maioria das obras desta edição da Bienal. Ao longo desse período, o artista não vai comunicar com ninguém e não poderá aceitar doações de conhecidos ou de funcionários da Biena . A performance do artista plástico dura 13 dias, e só come, bebe ou veste alguma coisa apenas se o público lhe der. O evento intitulado "A Bondade de Estranhos" tem causado grande polémica e ao mesmo tempo reacções diversas. Na 28ª Bienal de São Paulo os visitantes deparam-se com o artista plástico Maurício Ianês, 35 anos, completamente nú, sem nenhum pertence ou qualquer coisa para comer e beber. “Durante os 13 dias da Bienal,

sobrevivirei apenas do que me for doado pelas pessoas” disse Mauricio. Mas ficar sem roupa é o menor dos desafios de Ianês. “Quando disse que também só me alimentaria com aquilo que as pessoas me doassem, o pessoal da organização ficou com medo. Chegaram a dizer que iriam me mandar comida regularmente e tal. Sabe o que fiz? Pedi que assinassem um documento se comprometendo a não interferirem na performance. Vou estar por minha conta e risco.”
Por volta das 10h35 o artista recebeu a primeira doação, uma garrafa de água que lhe foi entregue pelo visitante Mateus Furlanetto. "Quis dar a água porque ela é vital", explicou Furlanetto, que disse já esperar pela performance e ter gostado muito da atitude, "por provocar o envolvimento do público". Mais tarde, outro visitante entregou a Ianês uma caixinha de balas "Tic Tac". Pouco depois, por volta das 10h40, o artista recebeu uma outra doação, desta vez uma camisola, entregue pelo estudante de artes visuais e cobrador de autocarro Marcus Cristian.
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