20/12/2008

ANTHONY and JOHNSONS

Quatro anos depois de "I Am a Bird Now", "The Crying Light". Depois das suas canções sobre solidão, vulnerabilidade e indistinção dos géneros sexuais cantada por uma voz, como diz a revista "Wire", "nem especificamente masculina, nem especificamente feminina, apenas humana", Antony transcendeu a comunidade homossexual e "transgender" em que podia ficar encerrado. Tornou-se um caso sério de cruzamento de públicos - os concertos que deu em Portugal que o digam. Desde essa altura que tem multiplicado as suas colaborações (Björk, Hercules and Love Affair, Lou Reed e Laurie Anderson - fãs dedicados -, Marc Almond, Bryan Ferry, David Tibet e os Current 93 - outros fãs dedicados), mas não é por isso, diz à "Wire", que demorou tanto tempo a gravar. Saiu agora um EP, "Another World". O álbum, "The Crying Light", chega em Janeiro. Vários anos de gravações em cinco estúdios diferentes, cerca de 30 canções trabalhadas. "É horrível, para mim é muito mais fácil fazer espectáculos ao vivo", diz à "Wire". "No estúdio intimido-me, tenho tendência a gravar tudo mais do que uma vez. Gravamos tudo, depois escolhemos as duas canções que vão ficar de fora. Gravamos tudo outra vez, e talvez mais uma ou duas saiam do alinhamento." O resultado, segundo a revista, é um "notável salto em frente". Antony explica que "The Crying Light" congregou o maior "input" de colaborações. Por exemplo, há canções com quatro arranjadores (Antony, Maxim Moston, Doug Wiselman e Nico Muhly), cada um teve direito a deixar a sua marca, o que tornou o som mais denso. Antony tem pensado no paraíso, como essa ideia tem a ver com a nossa relação com a natureza e com aquilo com que ficaremos se não tivermos natureza. Não vale a pena procurar em outros planetas, o paraíso, diz ele, é aqui. "Nascemos desta terra, somos feitos deste lugar, se houver possibilidade para o paraíso, é aqui. Não estou a sonhar com outros planetas. Sou feito deste."

Sem comentários:

Enviar um comentário